quarta-feira, 11 de junho de 2008

Meus rios

Nasci no Rio de Janeiro. Morei a vida toda em frente ao Rio Pinheiros. Vivo com o Rio Tejo.

O primeiro e o segundo, são mais familiares e similares. Sendo mto simplista e literalmente só pra ilustrar: no Brasil e com problemas.

O terceiro é a novidade e vamos a ele.

O Tejo é lindo. Quando mudei pra cá, conhecia meu ap. por fotos. Havia foto de tudo, menos da vista. Pra mim era batata: prédio colado a outro ou vista para pátio interno feio e sujo. Cheguei a noite. Malas no quarto, vista rápida pelos outros comodos e direto para a janela. Quando me apoiei, não pude acreditar. Eu via uma ponte linda, iluminada e com um cristo logo ao lado. Deslumbre, excitação. Dormi.

Acordei. Abri a porta do meu quarto e fui recepcionada por mta luz. Fui à janela e vi aquela que é a minha droguinha matinal até hj: as águas azuis, mto azuis do Tejo, com um sol absurdo refletindo. É ver pra crer... e claro, visitas são sempre mto bem-vindas!

Aqui é assim. O sol e a água fazem essa cidade. A impressão que eu tenho é que não é o Tejo que corta Lisboa, é Lisboa que se apoia no Tejo. Pq sem ele, isso aqui seria mto mais sem graça, pode apostar. Os mirantes são pra ele, os restaurantes são pra ele, as esplanadas, as janelas, as varandas, os sorrisos, as fotografias, as lembranças, os bares, as pontes, as baladas, o trem, os passeios. Tudo tudo tudo. E é tão lindo que não cansa. Pelo contrário, vicia.

E eu, como uma pessoa de sorte, sou obrigada a um convívio intenso. Em casa e no trabalho tudo o que vejo da janela é água. E no caminho de um para o outro também. No ônibus, de manhã, confesso que muitas vezes já sinto uma dorzinha quando penso que, provavelmente, um dia terei que abandoná-lo. Mas, melhor deixar o sofrimento para quando for inevitável e seguir vivendo no melhor estilo lisboeta: de pão com queijo, cerveja ou vinho, sol e Tejo.

E está feito o convite. Alguém quer passear?!!

Nenhum comentário: