segunda-feira, 28 de julho de 2008

Oi, tudo bem? Tudo Optimus! Ou melhor, Sines.

Quando digo por aqui que em São Paulo não existem festivais como em Portugal, o espanto é geral. De início alguns duvidam, me olham ressabiados e, após uns 15 minutos de conversas, explicações e exemplos, entendem que sim, Portugal apavora São Paulo e o Brasil nesse quesito.

Bom, por coincidências da vida, sorte do destino e a benção que me acompanha ultimamente, vou poder me dedicar aos mesmos. Serão 4 quase seguidos. E já comecei. A programação será intensa, a saúde perfeita no final não está garantida e a empolgação continua enorme.

O primeiro de todos foi o Optimus Alive. Festival de 3 dias aqui em Lisboa mesmo, com idas e vindas tranquilas de trem ou táxi e shows, ou como dizem por aqui, concertos incríveis. Devido à ajuda do Dani que entende mil vezes mais de música do que eu, tive o privilégio de ver algumas apresentações que ficarão guardadas pra sempre e que entraram pra lista dos top mundo! Roisin Murphy e Gossip mudaram alguma coisa dentro de mim e me fizeram dançar e pular como nunca tinha feito na vida. Gogol Bordello me deu vontade de rever num concerto menor, MGMT e Peaches foram ótimas surpresas e por aí vai...

Passado o Optimus, que foi há uns 15 dias, o próximo da lista era o Festival de Músicas do Mundo de Sines. Foi de lá que cheguei ontem esgotada fisicamente, mas totalmente renovada. O festival dura uma semana e ocorre em mais de um local, mas aqui vou falar só do que vi: os dois últimos dias em Sines!

Fui pra lá na sexta a noite, sem fazer idéia do que me aguardava. Só sabia que era pra ouvir música diferente e de qualidade, que não havia parque de campismo nem hotel e nem pousada e que, o colchão inflável que acabara de comprar, já seria suficiente para eu ser feliz e dormir. Um tanto estranho e muito roots para mim, mas vamos que vamos.

Chegamos, estacionamos o carro e fomos pro festival. Tudo ocorre em 2 lugares: o Castelo e a Av. da Praia. O castelo é medieval e murado e os concertos acontecem ao ar livre dentro das muralhas. Lindo! Quando acabam os concertos do castelo, por volta das 2h, todos descem em direção à praia por uma ladeira que tem um visual incrível da baía iluminada e da avenida já cheia de espectadores para as próximas atrações da noite. E lá ocorrem mais 2 ou 3 shows gratuitos até as 4h/5h da manhã.

E assim foi a noite de sexta que se repetiu no sábado. Durante o dia, praia, praia e mais praia. Com direito a água quente em uma delas devido à uma turbina que provoca o tal aquecimento. Para quem tem palpitaçao no coração a cada mergulho nos últimos meses devido ao grau 0 de temperatura, foi quase uma ida ao Caribe!

O ambiente é hippie e civilizado.Tá com sono? Acha uma sombra, deita e dorme. A energia do lugar especial e a experiência foi fenomenal. De tudo que vi, alguns nomes que marcaram e que valem a pena conferir: Rokia Traore, Firewater, Nortec Collective, Doran - Stucky - Studer - Tacuma (coletivo, mas vale a pena ver o trabalho de cada um), Jean-Paul Bourelly meets Melvin Gibbs & Will Calhoun (o comentário sobre o coletivo anterior vale aqui também) e Boom Pam.

E termino dizendo
- que pensei em certas pessoas compulsivamente pois estas estariam amando aquilo tudo como eu,
- que o público português é fantástico para concertos,
- que não poderia ter tido melhores companhias,
- que a moda é misturar música cigana com circo e que isso vira marchina de carnaval
- que continuo cansada =D

E que faria tudo novo! Mesmo sem casa, comida e roupa lavada =D

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